Banana

Banana

A bananeira (Musa spp), originária do Sudeste Asiático, é uma planta que não tem caule, mas sim um pseudo caule formado pelas bainhas dos pecíolos (pés das folhas) superpostos. Apesar de pobre em proteínas, seus frutos contêm cálcio, fósforo, ferro e vitamina C, e constituem importante item na alimentação de vários países. inclusive o Brasil, que é seu maior produtor e consumidor. A banana pode ser consumida ao natural, assada, frita, seca (passa), sob a forma de compotas, pastas, geléia, licores etc. Há em algumas regiões, como a faixa litorânea do Paraná, até aguardente de banana. As fibras obtidas do pseudo caule e das folhas são usadas para a confecção de chapéus,cortinas, rendas e tapetes. Em regiões pobres as folhas servem também para a cobertura de casas. 

 

Clima e solo 
A bananeira é plantada em praticamente todo o território brasileiro, mas as condições ideais de clima são temperatura de 26,5°C (não podendo ser inferior a 15°C nem superior a 35°C) e chuvas em tomo de 100 mm por mês. A umidade relativa do ar elevada favorece seu desenvolvimento, mas acima de 80% pode provocar o aparecimento do mal de sigatoka. Com insolação fraca a planta tem seu crescimento retardado. Os melhores solos são os areno-argilosos, ricos em húmus, profundos, arejados e de pH 6a 6,5, embora possa ser plantada, com algum sucesso, em solos de pH 4 a 8. De preferência, os solos devem ser planos ou levemente inclinados e não sujeitos a inundações.

 

Variedades 

As mais cultivadas no Brasil são: prata, nanica, nanicão, maçã, terra, pacovã e ouro. A nanica e a nanicão são mais plantadas em São Paulo e Santa Catarina e destinam-se ao mercado interno e externo. As demais são destinadas ao consumo interno (a terra e outras que não estão entre as mais plantadas, como a maranhão e a d'angola são consumidas fritas ou cozidas). A nanica é muito usada para a produção de doces. O Centro Nacional de Pesquisa de Mandioca e Fruticultura (CNPMF), da Embrapa, recomenda três variedades testadas nas condições climáticas de Cruz das Almas (BA): prata-anã (igual à prata, mas a bananeira é menor de idade porte), a mysore (resistente a sigatoka amarela e ao Mal-do-panamá, ideal para substituir a maçã, que é muito sensível ao mal-do-panamá e só pode ser plantada em pequenas áreas) e a pacovã, uma variedade brasileira, originária da mutação da prata, no Ceará. A ouro, muito suscetível à sigatoka-amarela, é mais indicada para pomares domésticos. 

 

Pragas e doenças 

A praga mais nociva é um besourinho chamado moleque da bananeira, conhecido ainda por broca de rizoma ou broca da bananeira, que ataca todas as variedades, preferindo as que são consumidas fritas ou cozidas, como a terra. Um bananal afetado pelo moleque da bananeira pode perder mais de 50% da produção, e até 100%, se a variedade predominante for a terra. Essa praga suga o rizoma, provocando a queda ou mesmo a morte da planta. A principal medida de controle desse besouro é plantar mudas que não apresentem galerias feitas por suas larvas. Se isso acontecer, aprofunda-se um pouco o corte do rizoma e retiram-se as larvas. Se houver grande número de galerias, o melhor é eliminar a muda. É uma prática racional, pois, com ela, evita-se o uso de agrotóxicos. Em bananais formados, é possível fazer dois tipos de isca para atrair os besouros: o tipo telha e o tipo queijo. A primeira consiste num pedaço de pseudocaule com 40 ou 50 cm de comprimento, partido ao meio, de comprido, de modo que os dois pedaços tenham o formato de telhas. Colocam-se essas telhas na base da planta, com a parte cortada no solo. Elas atrairão os besouros, que poderão, então, ser eliminados. A isca tipo queijo é preparada depois da colheita, cortando-se o pseudocaule a uns 20 cm do solo. Corta-se em seguida mais uma fatia, no meio desses 20 cm. O que sobra é uma fatia em forma de queijo, que deve ser recolocada na mesma posição em que estava em cismado pedaço de pseudocaule que sobrou. Os besouros alojam-se nesse corte, entre o queijo e o resto do pseudocaule. Aí é só catá-los ou aplicar-lhes inseticida. Isso pode ser feito também quando se corta pseudocaule, pois é utilizado um inseticida em pó e granulado, que não repele o moleque-da-bananeira, mas mata-o. A isca tipo queijo atrai mais insetos que a telha. Essa forma de controle deve ser feita o ano todo. Em cada colheita prepara-se maior número possível de iscas umas cem ou mais por hectare.
Outras pragas são a broca-rajada, a broca-gigante-da-cana-de-açúcar, a traça-da-bananeira, os tripés-do-fruto, a abelha irapuã e o monalonion. A broca-rajada ataca principalmente as plantas tombadas depois da colheita. Para controlá-la retiram-se as folhas secas, deixando-as no solo, como adubo. Isso evita que a broca ataque plantas vivas. A broca-gigante-da-cana-de-açúcar só infesta os ambientes úmidos e escuros da região Norte. A traça-da-bananeira, que ataca os frutos causando seu apodrecimento, é mais comum em São Paulo. As demais pragas são menos importantes.
As principais doenças da bananeira são mal-do-Panamá, o mal-de-sigatoka ou sigatoka-amarela, que seca as folhas; o moko ou murcha bacteriana, que afeta toda a planta, inclusive os frutos, provocando a podridão seca; e os nematóides. O mal-do-panamá é controlado pela erradicação e queima das plantas doentes. Para o mal-de-sigatoka, há variedades resistentes, como a nanica, nanícão, prata e prata-anã, e outras tolerantes, como a maçã e a terra. Para o moko não tem remédio: só é possível evitar que se alastre erradicando as touceiras atacadas e queimando-as. Os nematóides, que causam prejuízos consideráveis, podem ser controlados com o plantio consorciado do kudzu-tropical (ver em Adubos Verdes e Forrageiras), muito mais barato que o uso de nematicidas. Ao invés de  defensivo químico pode se usar apenas planta kudzu-tropícal e adubar seus bananais com esterco. Outra doença que pode atacar os bananais brasileiros é a sigatoka-negra, mais destrutiva que a sigatoka-amarela, que já ocorreu na África (Gabão), apareceu na América Central na década de 70 e, em 1986, alcançou a Colômbia, próximo ao Equador. As tentativas de controle de sigatoka-negra com fungicidas, além de antieconômicas, exigindo 36 aplicações/ano, podem deixar os frutos com resíduos tóxicos muito altos. 

 

Propagação 

As mudas mais indicadas são do tipo rizoma, pedaço de rizoma (esta, mais utilizada nos grandes bananais, exige orientação técnica), a chifre e a chifrinho. As duas últimas são as plantas completas, novas, antes que as folhas reabram. 

 

Plantio 

A época mais recomendada é o final do período seco, início das chuvas, devendo-se evitar o período de muita chuva, quando o solo fica encharcado. Pode-se plantar planejando a colheita para a época em que a banana alcança melhores preços no mercado. As covas devem ter 40 x 40 x 40 cm. As mudas do tipo chifre ou chifrinho recebem terra até que o seu rizoma seja totalmente coberto; as mudas de rizoma ou pedaços de rizoma são quase totalmente cobertos, ficando apenas uns 5 cm acima da cobertura de terra, e a parte da muda cortada para a separação da mãe deve ser sempre voltada para o mesmo lado. Se for a terreno inclinado, esta parte tem que ser voltada para a parte de baixo da encosta. O filhote vai crescer do outro lado, voltado para a parte de cima. 

 

Espaçamento 

Para as variedades de porte alto, como a prata e a terra, usa-se o espaçamento de 3 x 3 m (1.111 plan-tas/ha) e para a maçã, 3 x 2 m (1.666 plantas/ha). Para as de porte baixo, como a nanica e a nanicão, os espaçamentos são de 2 x 2 m (2500 plantas/ha) ou, no máximo, 2,5 x 2 m (2.000 plantas/ha). Há experiências de plantio em fileiras duplas, já usadas em Guadalupe e na Martinica (agora testadas no Brasil), como no plantio da prata, usando-se o espaçamento de 4 x 2 x 2 m (1.657 plantas/ha) e 4x 2 x 1,5 m (2.222 plantas/ha). 

 

Tratos Culturais 

O controle de invasoras pode ser feito por meio de roçadas ou capinas superficiais. Recomenda-se utilizar como cobertura morta as folhas velhas, mortas ou quebradas, e os pseudocaules caídos ou quebrados. A cobertura com folhas tem substituído a adubação de potássio. Cada planta dá em média 40 folhas durante o ciclo e sua decomposição no solo é muito rápida, devendo ser substituída a cada quatro meses. No Maranhão, usam-se também folhas de babaçu como cobertura morta. Na região dos cerrados é necessária ainda a aplicação de fósforo, já que seu solo não supre essa necessidade da planta.
O excesso de filhos diminui a produção do bananal, por isso recomenda-se fazer um desbaste 4 a 6 meses depois do plantio, deixando-se apenas um deles, o mais vigoroso. Os demais devem ser cortados com facão ou penado, rente ao solo e, em seguida, utilizando-se um aparelho chamado "Lurdinha", retira-se a gema do crescimento, localizada no rizoma, que fica enterrado. No oitavo mês, usando-se o mesmo processo, seleciona-se apenas um "neto" da bananeira-mãe e cortam-se os demais.

 

Colheita 

Para o mercado local, a Banana deve ser colhida "de vez", já "gorda", isto é, já praticamente sem quinas. Para o mercado interno, é colhida "magra", quando as quinas estão desaparecendo. Para exportação, a nanica e a nanico são colhidas ainda com as quinas salientes. Em São Paulo, maior mercado interno da nanica, os melhores preços são alcançados nos meses de outubro e novembro, mas também em setembro, dezembro e abril o preço é bom. Os preços mais baixos são em fevereiro e março, e de junho e agosto. 

 

Produção e produtividade 

As variedades nanica e nanicão produzem 1800 a 2000 cachos /a/ano, ou seja, 30 a 40t/ano. A prata e a maçã dão 10 a 15t/ha/ano. Há produtores que conseguem mais de 60 t/ha/ano da nanica e da nanicão. 

 

Composição nutricional por 100g 

Banana Prata: 89 calorias, 15 mg de cálcio, 26 mg de fósforo,2,0 mg de ferro, 10 mmg de vitamina A,0,04 mg de vitamina B1 0,05 mg de vitamina B2 e 14 mg de vitamina C. 

Banana Prata frita: 294 calorias, 29 mg de cálcio 50 mg de fósforo, 3,8 mg de ferro, 19 mmg de vitamina A, 0,08 mg de vitamina B1 0,10 mg de vitamina B2 e 27 mg de vitamina C. 

A banana figo é a mais rica em vitamina A (127 mmg de retinol equivalente por 100 g de parte comestível).

 

 

Fonte: http://www.lideragronomia.com.br/2012/07/banana.html