MANGA

MANGA

A Mangueira (Mangifera indica, L.), originária da Ásia, foi trazida para a Bahia pelos portugueses, espalhando-se por toda a região onde se adaptou muito bem, tornando-se uma das principais fruteiras cultivadas no Nordeste. Essa região, por sinal, detém mais da metade da produção nacional, que é uma das maiores do mundo, talvez superada apenas pela da Índia. A mangueira é uma árvore, alta e de copa tão frondosa que nada cresce debaixo dela. Seus frutos são consumidos ao natural ou sob a forma de compotas, doces, sucos ou sorvetes. O caule produz uma resina de uso medicinal contra e disenteria. A madeira é aproveitada na marcenaria.

Variedades - Veja as fotos no final do artigo

Existem mais de 500 variedades de manga no mundo. Só na Índia são cerca de 350, e no Brasil são conhecidas dezenas delas. As variedades de origem indiana têm a casca amarela ou verde e a polpa, quando madura, amarela; as americanas, também chamadas "coloridas", têm a casca e a polpa avermelhadas, são as preferidas pelos consumidores e as mais plantadas atualmente. Entre as americanas estão a haden, tommy, atkíns,van dyke e keitt. Esta última é muito procurada porque é mais tardia, produz 20 a 30 dias depois das outras. Outras variedades cultivadas são a irwin, palmer, ruby, M-20222, surpresa e eldon. São muito conhecidas também a espada, rosa, itamaracá, manguito (as mais plantadas em Pernambuco), coração-de-boi, coquinho e bourbon. Quem for plantar mangueiras em regiões que não são tradicionalmente produtoras deve consultar os órgãos competentes. No Centro-Oeste, por exemplo, o Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados (CPAC) fez experiências com 58 variedades e só 24 delas produziram frutos nas quatro safras ocorridas.

Clima e solo

A mangueira se adapta melhor aos climas quentes e com chuvas entre 500 e 2.500 mm ao ano, com estação seca bem definida. A temperatura ideal é de 21 a 27°C, com chuvas em torno de 1000 mm. A umidade relativa muito alta durante o período de florescimento prejudica a polinização e facilita o aparecimento da antracnose. Quanto aos solos, embora se desenvolva em vários tipos deles, a mangueira prefere os profundos, areno-argilosos, de boa fertilidade e pH de 5 a 8 (o ideal, porém, é 6,5).

Propagação

É feita por sementes, enxertia ou alporquia. A enxertia por garfagem é o método preferido. Usam-se para a produção de mudas, sacos de plástico de 25 x 30 cm. O enxerto é feito quando o caule tiver de 1 a 1,5 cm de diâmetro. Quando a muda atingir 30 a 50 cm de altura faz-se o plantio em local definitivo.

Plantio

A melhor época é durante o período chuvoso ou, em regiões como o vale do São Francisco, em qualquer época do ano, desde que se faça irrigação. A cova deve ter 50 x 50 x 50 cm e deixa-se o colo da planta um pouco acima do nível do solo. O espaçamento mais recomenda-do é o de 10 x 10 m. o que dá um total de 100 plantas por hectare. Como há casos de pessoas que plantam as mudas sem tirar saquinhos de plástico, sempre é bom lembrar que eles devem ser retirados.

Plantio intercalar

Durante a formação da cultura, aconselha-se fazer o plantio intercalar de culturas temporárias (feijão, amendoim, milho, soja, arroz de sequeiro, melancia, abóbora ou melão) ou mesmo com fruteiras como mamão, maracujá e abacaxi.

Podas
Não são de extrema necessidade, mas quem quiser uma planta com tronco único, deve deixar três pernadas de 40 a 60 cm de altura, dispostas radialmente, para sustentar a copa em forma de taça. Dessa maneira, obtém-se uma planta baixa, com copa aberta e arejada em que os frutos são mais facilmente colhidos. É mais necessário a poda de arejamento, para ventilar a planta e permitir maior penetração dos raios solares. Com maior luminosidade há menos doenças, principalmente antracnose e oídio, e mais frutos de melhor qualidade.

Polinização
Um estudo feito na década de 50, com 33 variedades, mostrou que 85% da polinização é feita por insetos, 10% pelo vento e há 5% de autopolinização. Os insetos que mais frequentam as mangueiras são a mosca (não se sabe porém se elas são polinizadoras), a abelha e o tripes, (mas este é mais predador do que polinizador e, às vezes, sua eliminação é necessária).

Pragas e doenças

As pragas mais comuns nas mangueiras são a mosca-das-frutas, a cigarrinha-dos-pomares, o tripes, a lagarta-das-folhas, algumas cochonilhas e diversos tipos de ácaros. O controle é feito com armadilhas, tipo frascos caça-moscas, com iscas envenenadas, no caso da mosca-das-frutas e com pulverização de óleo mineral para combater cochonilhas e calda de fumo para as demais. Das doenças, a mais conhecida é a seca da mangueira ou "maldo Recife", causada pela associação de certas brocas com o fungo Ceratocystis fimbriata. A doença deixa os galhos secos, com folhas pardo-amareladas ainda presas ao ramo, 40 cm abaixo do ponto onde se verifica a presença do fungo sob a casca dos ramos, que ficam com uma  coloração cinza. Em mangueiras enxertadas em cavalos resistentes e cuidados convencionalmente, o "mal do Recife" não chega a preocupar. Outras doenças que afetam diretamente a produção são o oídio e a antracnose. O oídio pode ser combatido com três pulverizações de enxofre molhável a 80%, na dosagem de 300 g por 100 l de água: a primeira antes da abertura das flores, a segunda após a queda das pétalas e a última por ocasião da formação dos frutos. A antracnose é controlada por meio de pulverizações preventivas à base de calda bordalesa, iniciadas desde um pouco antes do florescimento até o fruto alcançar, pelo menos, a metade do seu tamanho final. O embonecamento da inflorescência é sensivelmente reduzido pela aplicação do enxofre molhável no início ou pouco depois da emissão da panícula.

Colheita
As mangueiras enxertadas começam a produzir no segundo ano após o plantio, mas a produção econômica só se inicia após o quarto ano. A colheita é feita de outubro a fevereiro, ou, no caso de Pernambuco, por exemplo, de novembro a março, com o pico em dezembro e janeiro. Há variedades como a bourbon, colhidas em maio, na região de Palmeira dos Índios (AL). Isso acontece também no norte de Minas. No Vale do São Francisco, a maior concentração é de novembro a fevereiro, mas há pequenas produções durante o ano todo. Os frutos devem ser colhidos maduros, para serem vendidos no mercado local, e "de vez" para mercados mais distantes, devendo-se apanha-los com cuidado para evitar choques e ferimentos.

Composição nutricional por 100 g

59 calorias, 0,5 g de proteínas, 12 mg de cálcio, 12 mg de fósforo, 0,8 mg de ferro, 210 mmg de vitamina A, 0,05 mg de vitamina B1, 0,06 mg de vitamina B2 e 53 mg de vitamina C.

Fonte: http://www.lideragronomia.com.br/2012/07/manga.html