O Caju

O Caju

O cajueiro (Anacardium occidentale Linn.), árvore de caule tortuoso, que atinge até 20 m de altura, originária da América Tropical, é uma das mais importantes fruteiras do Nordeste. Seu fruto, ao contrário do que muitos imaginam, é a castanha e não o caju, que, na realidade, é um pseudofruto é o pedúnculo da castanha. Pode-se consumir o caju ao natural, em forma de doces, geleias ou bebidas, como o refrigerante chamado cajuína. O suco de caju, cada vez mais apreciado no Sudeste, teve seu consumo drasticamente reduzido depois que se denunciou a existência de conservantes nos sucos industrializados, em quantidade excessiva, e, portanto, prejudicial à saúde. A castanha-de-caju, de excelente sabor e versatilidade (pode ser consumida torrada, pura, ou em diversos pratos), é muito famosa no Brasil e no exterior, não só por essas qualidades, mas por sua importância alimentícia: possui x5 a 60% de óleo de ótima qualidade, 15 a 20% de proteínas e 5% de carboidratos. Da casca da amêndoa, extrai-se um líquido viscoso, muito empregado na fabricação de tintas, vernizes, plásticos, isolantes, papel, inseticidas e fungicidas, e que é utilizado também na eliminação de verrugas e calos. A casca do cajueiro, muito adstringente, é própria para utilização em curtumes. Ela contém uma substância vermelha, empregada na tintura de tecidos, e tem propriedades medicinais, como anti-hemorrágica e antiulcerosa. Do tronco e dos galhos do cajueiro pode-se extrair uma resina com propriedades expectorantes, semelhante à goma-arábica.

Variedades

O cajueiro não tem variedades definidas, mas há alguns tipos diferentes, como o caju-banana (produz cajus mais compridos) e o caju-manteiga (de consistência delicada, quase sem fibras). A Empresa de Pesquisa Agropecuária do Ceará (Epace) lançou a alguns anos dois cajueiros anões, o CCP-06 e o CCP-76, de porte baixo, e que começam a produzir mais rapidamente.

Clima e solo

O cajueiro dá melhor em regiões com chuvas anuais entre 800 a 1000 mm, com período de estiagem de três a quatro meses para florescimento e frutificação. Desenvolve-se em quase todos os tipos de solo, mas prefere os profundos, bem drenados, arenosos ou areno-argilosos, de pH 4,5 a 6,5.

Plantio

A propagação normalmente é feita por meio de sementes, no início da estação chuvosa, colocando-se duas sementes por cova, afastadas 5 cm entre si, a 2 cm de profundidade, na posição vertical, com a ponta voltada para baixo (na mesma posição que se apresenta na planta). Após a germinação, que ocorre 12 a 30 dias depois, arranca-se a planta mais fraca, deixando uma por cova. Outra opção é produzir mudas em sacos plásticos pretos com no mínimo 25 x 15 cm, levando-as ao campo 60 a 75 dias depois da semeadura. Neste caso, o espaçamento varia de 10 x 10 a 15 x 15 m, e as dimensões recomendadas para as covas são de 30 x 30 x 30 a 50 x 50 x 50 cm.

Adubação

Deve ser precedida de análise do solo (assim como a calagem). Sempre é aconselhável o uso de adubo orgânico.

Poda

Nas culturas mais extensivas, limita-se à eliminação dos ramos secos, mal situados, baixos, praguejados ou doentes, feita a partir do terceiro ou quarto ano da planta. Nas culturas intensivas, aconselha-se podas de rebaixamento.

Pragas e doenças

As culturas comerciais do cajueiro costumam ser atacadas por pragas como o percevejo, a broca-das-pontas, o tripés-cinta-vermelha, as cochonilhas, a mosca-branca, a lagarta-véu-de-noiva, a cizarrinha-da-inflorescência, o besouro-amarelo, a vaquinha-amarela e alguns ácaros. As doenças mais comuns são a antracnose, oídio, mancha-das-folhas ou mofo-preto e, com menor incidência, a pestaloriose, a cercosporiose a septoriose.

Colheita

A produção do cajueiro inicia-se no terceiro ano, quando se colhe, em geral, de 300 a 350 kg/ha (30 a 35 kg de castanhas), e vai crescendo a cada ano, até estabilizar-se por volta do nono ano, com safras de 800 a 1000 kg/ha (10% de castanhas). No nordeste vai de setembro a janeiro, com o pico ocorrendo em novembro-dezembro. Nas culturas intensivas do Estado de São Paulo, ela começa em outubro ou novembro e estende-se até junho. Com muita chuva, a castanha e o pedúnculo não amadurecem ao mesmo tempo a castanha fica muito úmida, de pior aspecto e baixo valor comercial. Na maturação, o pedúnculo desprende-se da planta e cai. Se o objetivo for somente a produção de castanhas, basta catar os frutos caídos, lavá-los e levá-los a um terreiro para a secagem. Para aproveitar o pedúnculo faz-se a colheita quando eles se apresentam firmes, coloridos, maduros, colocando-os em cestos rasos, com muito cuidado para não machucá-los.

Composição nutricional por 100 g

Caju: 46 calo-rias, 0,8 g de proteínas, 4 mg de cálcio, 18 mg de fósforo, I mg de ferro, 40 mmg de vitamina-A, 0,03 mg de vitamina B1, 0,03 mg de vitamina B2 e 219 mg de vitamina C.

Castanha-de-caju torrada: 579calorias, 19,6 g de proteínas, 100 mg de cálcio, 575 mg de fósforo, 5,6 mg de ferro, 0,25 mg de vitamina B1 0,34 mg de vitamina B2 e 33 mg de vitamina C.

 

Fonte: http://www.lideragronomia.com.br/2012/07/caju.html